E parece que O Bar Luva Dourada ganhou um concorrente à altura na disputa pelo título de filme mais perturbador de 2019: The Painted Bird, longa tcheco-eslovaco-ucraniano dirigido por Václav Marhoul. Exibido durante a 76ª edição do Festival de Veneza, a obra ficou marcada por polêmica depois que parte do espectadores abandonaram a sessão, chocados com as cenas de violência, mutilação e agressões físicas e sexuais:

O relato foi feito pelo crítico de cinema Xan Brooks, do jornal britânico The Guardian. Segundo ele, o público começou a se retirar a partir da cena em que um adolescente tem os olhos arrancados. “Posso afirmar, sem hesitar, que este é um trabalho monumental e estou profundamente feliz por ter visto. Também posso dizer que espero nunca cruzar seu caminho novamente”, completou.

Baseado em um romance de 1965 escrito pelo polonês Jerzy Kosinski, o filme em preto e branco com quase três horas de duração acompanha a jornada de um garoto judeu sem nome, chamado apenas de Boy (Petr Kotlar), que foi deixado com uma idosa pelos seus pais durante a Segunda Guerra Mundial. Quando a mulher morre, o moleque passa a vagar à esmo, vivendo diversas experiências ruins, sofrendo agressões e abusos brutais. O título faz referência a cena em que pássaros começam a picar a cabeça do menino, enterrado no chão sem possibilidade de defesa.

Harvey Keitel (O Irlandês), Stellan Skarsgård (série Chernobyl) e Udo Kier (Bacurau) estão no elenco. The Painted Bird ainda não tem data de lançamento no circuito comercial.