O pai do horror nacional, José Mojica Marins, faleceu nesta quarta-feira (19), aos 83 anos de idade, em decorrência de uma broncopneumonia. O cineasta estava internado no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, desde o dia 28 de janeiro.

Filho de artistas circenses, Mojica nasceu em 13 de março de 1936 (uma sexta-feira), em São Paulo. Autodidata, aprendeu sobre cinema, fazendo cinema. Aos 22 anos, depois de muitas experimentações ao longo da infância e adolescência, Mojica conseguiu realizar seu primeiro longa-metragem, o faroeste A Sina do Aventureiro (1958). A partir daí nunca mais parou mesmo contando com poucos recursos.

Ao longo de sua carreira como ator e diretor experimentou vários gêneros – de aventura a pornô -, mas, foi o terror que lhe trouxe fama e reconhecimento. Em 1963, após sonhar que um vulto o arrastava até seu túmulo, Mojica criou o personagem Zé do Caixão, o coveiro sádico com roupas pretas, cartola, capa e unhas longas que aterrorizava os habitantes de uma pequena cidade em À Meia-noite Levarei sua Alma (1964).

O personagem voltaria a aparecer em mais quatro filmes: Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967), O Estranho Mundo de Zé do Caixão (1968), Trilogia do Terror (1968), O Despertar da Besta (1970) e Encarnação do Demônio (2008). Com o sucesso, Mojica passou a ser confundido com sua criação. Nos anos 1990, foi descoberto nos EUA onde ficou conhecido como Coffin Joe. Na ocasião, os gringos o elegeram a maior descoberta do gênero naquela década.

Em 1996, a Rede Bandeirantes aproveitou que o nome do cineasta estava em alta no exterior e convidou Mojica para apresentar o Cine Trash, programa dedicado ao gênero que durou duas temporadas. Na televisão, ele também comandou O Estranho Mundo do Zé do Caixão, um talk show no Canal Brasil, que estreou em 2008 e durou sete temporadas.

José Mojica Marins deixa sete filhos, doze netos e um bisneto.