Dirigido por Romola Garai, Amulet conta a história de Thomas, um sem-teto, em Londres, ex-soldado, que sofre de estresse pós-traumático. Thomas recebe cuidados de uma freira que lhe oferece a oportunidade de ter um lar em troca de trabalho, ajudando Magda, a moradora, a cuidar de sua mãe doente. Depois de alguns conflitos, Magda começa a aceitá-lo, e o nosso protagonista começa a perceber que as coisas não são exatamente o que parecem.

O filme tem sérios problemas de ritmo. Na sua primeira hora, tenta construir a atmosfera sombria com uma trilha sonora intrusiva, que mistura sons dissonantes com música sacra. Além disso, a narrativa é não-linear e, ao fazer uso de flashbacks, revela a solução do mistério no fim da jornada de Thomas. Essa estrutura não é um problema por si só, mas, neste caso, foi mal executada, com péssimas escolhas de montagem.

Embora as atuações mantenham um bom nível, a maquiagem seja excelente e os efeitos visuais convincentes, o roteiro sabota os bons esforços narrativos, ao apresentar diálogos pouco inspirados. Ademais, há, pelo menos, uma sequência (a da boate) que pouco contribui para a construção dos personagens e força a escalada do conflito final.

Amulet tem um plot twist inteligente no último ato, o qual torna a narrativa uma alegoria sobre temas polêmicos da contemporaneidade. Infelizmente, o bom final não salva um filme que se propõe ao terror, mistura o sobrenatural, o gore, a criatura e a vingança, mas que nunca chega a assustar de verdade ou a ser realmente perturbador. Não é um desastre por completo, mas é esquecível.

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