Escolher os piores é tão ou mais complicado do que eleger os melhores. Filmes ruins surgiram aos montes em 2014 e selecionar as maças mais estragadas da cesta é sempre um grande desafio. Para cada pérola como Boyhood ou O Grande Hotel Budapeste existem dezenas ou mesmo centenas de produções absolutamente destetáveis, bombas alimentadas por uma indústria insipiente e gananciosa. Esta é também a lista que mais causa polêmica e confusão, visto que muitos dos longas citados estão entre os preferidos de um parcela (pequena) do público. Atirem as pedras!

10. O Espetacular Homem Aranha 2 – A Ameaça de Electro (The Amazing Spiderman 2): Enquanto a Marvel só acerta, a Sony só enfia os pés pelas mãos. Coitado do escalador de paredes (e dos fãs do personagem) cujo destino está na mão de engravatados que não sabem que “grandes filmes trazem grandes responsabilidades”. A ideia aqui era consertar os erros dos longas anteriores, mas o que vemos na tela é justamente o contrário: um emaranhado de vilões inexpressivos, cenas gratuitas, um casal pouco cativante e um desfecho, que apesar de esperado, não gera nenhum tipo de reação emocional.

9. Sabotagem (Sabotage): Pior bilheteria da carreira de Arnold Schwarzenegger em 30 anos, esta fita de ação nada empolgante é um amontoado de clichês e frases de efeito sem graça. Schwarza faz o líder de um grupo de casca-grossas do DEA (Departamento dos EUA responsável pelas investigações envolvendo drogas) cuja equipe começa a se esfacelar depois do roubo de 10 milhões de dólares confiscados de um poderoso narcotraficante. Roteiro confuso, violência exacerbada, reviravoltas implausíveis, personagens exagerados e um desfecho WTF fazem deste filme uma obra completamente dispensável.

8. Fúria (Tokarev): Nicolas Cage é mestre em escolher seus papeis. Só que não. Ainda assim, há algo de hipnótico neste sujeito que amamos odiar e não conseguimos para de assistir a seus filmes. De promissor a piada, nenhum raciocínio lógico consegue explicar sua carreira. Neste policial rasteiro com trama de vingança, Cage interpreta um pai de família com um passado sombrio, obrigado a reviver seus dias de fúria depois que sua filha é sequestrada. Diálogos infantis, vilões cartunescos, montagem confusa e uma fotografia primária fazem deste longa descartável mais um capítulo vexaminoso na filmografia do ator.

7. Transformers – A Era da Extinção (Transformers – Age of Extinction): Não há mais nada a dizer sobre a carreira de Michael Bay que já não tenha sido dito. O sujeito gosta mesmo é de espalhafato: cenas de ação desprovidas de contexto, falta de coesão narrativa e explosões em excesso. Cineasta exemplo maior de uma indústria que está mais preocupada em faturar do que oferecer um produto de qualidade, sua franquia Transformers continua faturando bilhões de dólares apesar de piorar exponencialmente (cortes frenéticos, personagens irritantes, longa duração) a cada nova sequência.

6. Copa de Elite: O Brasil não via a hora de ter uma comédia no estilo Todo Mundo em Pânico que satirizasse as produções nacionais. Conseguiu. A fita dirigida por Victor Brandt tem o mesmo nível rasteiro que sua “inspiração” gringa, com piadas infelizes que tentam tirar sarro de sucessos recentes como Tropa De Elite, Cidade De Deus, Se Eu Fosse Você e até Bruna Surfistinha. Ao tentar abraçar o mundo, a “comédia” deixou tudo cair. Vergonhoso e deprimente do princípio ao fim.

5. Hércules 3D (Hercules – The Legend Begins): Desastre digno de uma tragédia grega, esta produção estrelada por Kellan Lutz (da Saga Crepúsculo) é um espetáculo deprimente. A proposta era criar um filme de origem para o público jovem, mas o que se vê na tela é uma sucessão de erros: efeitos especiais meia-boca, cenários artificiais, interpretações canastronas, batalhas mal coreografadas, uma atmosfera de videogame e um protagonista sem qualquer carisma.

4. Frankenstein – Entre Anjos E Demônios (I, Frankenstein): Esta adaptação horrorosa de uma graphic novel que atualiza o conto de Mary Shelley entrou e saiu de cartaz sem que ninguém percebesse. Na trama, o monstro (chamado Adam) virou o galã Aaron Eckhart (o Harvey Dent de Batman – O Cavaleiro das Trevas) que há séculos é caçado impiedosamente pelas forças do mal. Roteiro confuso, direção incompetente, personagens toscos e maquiagens vergonhosas fazem parte do cardápio desta produção cara de pau. O filme termina sugerindo uma continuação, que, após o fracasso nas bilheterias, felizmente nunca deverá acontecer.

3. O Apocalipse (Left Behind): Nicolas Cage ameaçou trazer sua carreira de volta aos trilhos (com Os Croods e Joe), mas o dinheiro (fácil) falou mais alto. Nesta produção cristã(!), refilmagem de Deixados Para Trás, uma fita B de ação lançada no início dos anos 2000, ele parece ter chegado ao fundo do poço. Além de trazer nada de novo que justifique o remake da franquia, trata-se de uma fita horrorosa, com atuações vergonhosas e direção idem. O roteiro patético e grosseiro não consegue nem mesmo trabalhar as referências bíblicas, supostamente essenciais para o desenrolar da trama.

2. Inatividade Paranormal 2 (Haunted House 2): Há quem goste do humor preconceituoso e descerebrado de Marlon Wayans e é por isso que esta sequência existe e uma próxima já recebeu sinal verde para estrear no ano que vem. A ideia é a mesma: parodiar filmes de horror recentes. Porém, quem espera uma sátira divertida e inteligente, pode tirar o cavalinho da chuva. As piadas grosseiras se sucedem e o roteiro capenga pouco ajuda na hora de sacanear longas como Possessão e Invocação do Mal.

1. Vestido para Casar: Leandro Hassum volta a interpretar Leandro Hassum nesta comédia boboca que mais parece um quadro estendido do Zorra Total. Na trama, ele é um mentiroso compulsivo que se enreda em um carrossel de confusões após rasgar acidentalmente o vestido de uma “celebridade” de reality show e ser obrigado por ela a conseguir um idêntico para que a mulher (adúltera) não desperte suspeitas no marido, um senador. Filme histriônico, sem graça, repleto de piadas previsíveis, insuportavelmente chato e com muitas pagações de mico.