10 Melhores Filmes de Serial Killer baseado em fatos

Filmes de serial killers (ou assassinos em série) são uma maneira segura de atender nossos maiores medos. Afinal de contas, não estamos falando de monstros sobrenaturais, mas de um sujeito aparentemente comum, que pode até ser o seu vizinho. Hollywood é obcecada pelo tema – os EUA, com menos de 5% da população mundial, produziu 84% de todos os casos conhecidos de serial killers desde 1980 -, mas outros países tem investido (com bons resultados) no subgênero. Confira abaixo os dez melhores longas-metragens (na minha opinião, é claro) que foram baseados/inspirados em terríveis histórias verídicas:

10. O Homem de Gelo (The Iceman, EUA 2012): Interessante thriller policial sobre Richard Kuklinski, assassino de aluguel que prestou serviço para a máfia de 1964 a 1986, ano em que foi capturado pelas autoridades. Neste período, Kulinski (Michael Shannon) confessou ter matado mais de 250 pessoas, usando diferentes armas e métodos. Ele recebeu esse apelido por congelar os corpos de algumas vítimas para atrapalhar as investigações sobre a hora exata da morte. O sujeito conseguiu passar quase 20 anos no anonimato porque tinha o disfarce perfeito, uma família idílica e boa convivência entre amigos e vizinhos, os quais sempre foi solícito e generoso. Antes de ser preso, os familiares nunca suspeitaram de algo.

9. Cidadão X (Citizen X, EUA 1995): Este eletrizante telefilme mostra a caçada da polícia soviética ao insaciável serial killer Andrei Chikatilo, que molestou e matou mais de 50 jovens nas décadas de 1970, 1980 e 1990. A história é focada no médico-legista Viktor Burakov (Stephen Rea) “promovido” à condição de detetive e perseguidor de Chikatilo (Jeffrey DeMunn) e sua dificuldade em conduzir as investigações perante a burocracia dos membros do partido comunista, que não acreditavam em tal tipo de crime em seu país. Intrigante e bem realizado, uma vez que a produção é norte-americana, não estranhe o fato de todos falarem inglês na União Soviética.

8. Monster – Desejo Assassino (Monster, EUA 2003): Charlize Theron engordou quinze quilos, atuou com uma pesada maquiagem, mudou sua voz e seus trejeitos para dar vida a Aileen Wuornos, a primeira assassina serial dos EUA. Filha de um psicopata que se matou na prisão, Aileen foi molestada sexualmente pelo avô e engravidou do próprio irmão aos 14 anos. Depois de um casamento fracassado, começou a se prostituir e cometer pequenos delitos, eventualmente indo parar no xilindró. Diante de tantos traumas, a jovem desenvolveu uma grave doença psicológica conhecida como Síndrome de Borderline, que aumenta a agressividade e provoca surtos psicóticos. Após ser espancada e estuprada por um dos seus clientes, arquiteta uma vingança contra todos os homens da Terra, matando-os para aliviar as desgraças por qual passou na vida.

7. O Verão de Sam (Summer of Sam, EUA 1999): “O Filho de Sam” ou “Assassino da 44” foi um serial-killer que atormentou Nova York na década de 1970, matava basicamente mulheres e parecia fazer parte de alguma seita satânica. O diretor Spike Lee utiliza este episódio verídico como pano de fundo para a história de quatro amigos que presenciam estes acontecimentos e tantos outros no verão de 1997, um dos mais quentes (e malucos) já vistos em NY, quando uma série de blackouts seguidos de saques, brigas raciais e um maníaco a solta (Michael Badalucco, apresentado em tomadas de enquadramentos propositalmente distorcidos) assombrava a comunidade italiana que vivia na cidade.

6. Memórias de um Assassino (Salinui Chueok, Coréia do Sul, 2003): Com um visual estético que lembra bastante Se7en, este envolvente thriller sul coreano é baseado num caso real que aconteceu na província de Gynnggi, entre 1986 e 1991, quando o país vivia sob uma pesada ditadura militar. Naquele período, a pequena cidade rural enfrentou um assassino serial de mulheres, que diante da policia inoperante do lugar, provocou muitas mortes até ser identificado. Apesar de ser uma obra oriental, o diretor Joon-ho Bong (do excelente Expresso do Amanhã) não esconde sua influência hollywoodiana, seja no ritmo da fita, na técnica, ou mesmo no roteiro, onde um dos investigadores forenses confessa ter tido seu maior treinamento assistindo filmes policiais norte-americanos.

5. Zodíaco (Zodiac, EUA 2007): Em 1968 a população da Baía de São Francisco, nos EUA, foi aterrorizada por um assassino que enviava aos jornais cartas cheias de escárnio, ameaças e detalhes sobre as vítimas. O rastro de mortes causado por Zodíaco não atingiu apenas suas vítimas, mas também a vida dos homens que prejudicaram suas carreiras e saúde em busca de um assassino que nunca foi capturado pelas autoridades. Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), cartunista no jornal São Francisco Chronicle, foi um deles. O longa dirigido por David Fincher (Se7en), é narrado sob o ponto de vista de Graysmith, que durante 20 anos tentou identificar o criminoso. Filmado em tom quase documental, trata-se de filme tenso e muito bem orquestrado, apesar do final em aberto.

4. O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre, EUA 1974): Uma das mais complexas, importantes e revolucionárias produções de horror do cinema, o mito de que sua história fosse verídica ajudou bastante a alavancar o sucesso da fita ao long dos anos. No entanto, o roteiro escrito por Tobe Hopper e Kim Henkel é baseado na história de Ed Gein, psicopata que aterrorizou os Estados Unidos nos anos 1950. Gein, que exumava cadáveres no intuito de criar mobílias macabras para sua residência, serviu de inspiração para Leatherface, o maníaco mascarado membro da família canibal que aterroriza cinco jovens inocentes.

3. O Homem Que Odiava as Mulheres (The Boston Strangler, EUA 1968): Os assassinatos reais de 13 mulheres que chocaram Boston nos anos 1960 são o tema deste eficiente suspense estrelado pelos já falecidos Tony Curtis (o assassino Albert DeSalvo) e Henry Fonda (o detetive Frank McAfee). Realizado em tom documental, o que torna os acontecimentos ainda mais chocantes – o diretor Richard Fleischer procurou recriar os eventos em seus mínimos detalhes -, o longa se sobressai pelo uso inédito da tela dividida, mostrando um mesmo evento com múltiplas perspectivas simultâneas. Nudez e violência gráfica explícita surpreendentes para a época também fazem parte desta obra marcante que consegue adentrar a mente de um serial killer.

2. Henry – Retrato de Um Assassino (Henry – Portrait of a Serial Killer, EUA 1986): Um dos mais prolíferos assassinos em série dos EUA, depois de preso (por porte ilegal de arma), Henry Lee Lucas confessou ter matado cerca de 600 pessoas(!) entre 1976 e 1983. Filho de pai alcoólatra e mãe prostituta, Henry sofreu muitos abusos na infância, o que explica seu comportamento psicótico. O longa não explora a juventude do personagem, mostrando-o já na fase adulta (interpretado por Michael Hooker, de The Walking Dead), dividindo uma espelunca com o ex-presidiário Otis (Tom Towles), que viria a se tornar seu parceiro na maioria dos crimes.

1. M – O Vampiro de Düsseldorf (M, Alemanha, 1931): O clássico do expressionismo alemão é o primeiro filme da História a enfocar um serial killer, tema que seria explorado à exaustão por Hollywood, apenas 50 anos depois. Dirigido por Fritz Lang, a obra é baseada em um caso verídico, do assassino em série Peter Kuerten, que atacava na mesma cidade de Dusseldorf, embora o roteiro tenha muitos elementos fictícios e a trama aborde um infanticida – o assassino original não matava crianças. Peter Lorre, numa performance magistral, vive o criminoso mentalmente desequilibrado, sujeito que depois de colocar toda a força policial em alerta, começa também a ser caçado pela máfia local, prejudicada em seus “negócios”. Mesmo oitenta depois, o filme ainda permanece impressionante.