Os filmes de horror de 1973

Rápido, diga um filme de terror de 1973. Provavelmente você pensou O Exorcista, mas saiba que há muitos outros filmes de terror importantes no mesmo ano. O icônico filme de Willian Friedkin fez seu merecido sucesso aterrorizando pessoas ao redor do mundo, levou dez indicações ao Oscar – dos dez, ganhou dois – e ainda abriu caminho para que o gênero recebesse mais atenção. Brian de Palma, cujo filme anterior foi uma comédia não muito bem sucedida, lançou seu primeiro horror significativo, antes de se consagrar com Carrie em 1976.

Fora dos grandes estúdios de Hollywood, as décadas de 1960 e 70 marcaram a época de ouro do cinema B independente. Filmes que integram elementos sexuais, polêmicos e violentos, o chamado exploitation, se multiplicaram entre muitos subgêneros ganhando destaque e influenciando cineastas, na época e atualmente. Alguns filmes não se tornaram tão famosos, mas 1973 foi realmente um ano excelente para filmes de terror. De blaxploitation a clássicos do cinema europeu, confira aqui a lista dos mais significativos:

10. O Exército do Extermínio (The Crazies): Um vírus mortal suja o abastecimento de água nas proximidades de uma pacata cidade de interior, deixando a população enlouquecida. A solução dada pelo governo é mandar o exército exterminar os infectados. Este filme do Sr. Zumbi George Romero foi feito com orçamento minúsculo, elenco amador e, como é de costume do diretor, é munido de críticas sociais sutis. Ganhou um remake de mesmo nome em 2010.

9. A Maldição de Lemora (Lemora: A Child’s Tale of the Supernatural): Não deixe que o baixo orçamento da produção te afaste deste filme. Lemora conseguiu superar suas limitações orçamentárias e o produto final é um gracioso longa vampiresco sobre a perda da inocência, um conto de fadas bonito e assustador.

8. A Casa da Noite Eterna (The Legend of Hell House): Quatro investigadores psíquicos são convidados para passar uma semana nas casas mal-assombradas do Monte Everest, a fim de descobrir se realmente existe vida após a morte. Com essa introdução, já dá para imaginar o que acontece, certo? Não exatamente. Esqueça os toques de humor dos filmes mais recentes de casa mal assombrada, esta é uma fita séria, com atmosfera sinistra, ângulos diferentes e efeitos sonoros arrepiantes. 

7. Ganja & Hess (Ganja & Hess):  Não é possível classificar esta fita apenas como um “filme de vampiro”. Este é provavelmente o longa de blacksploitation mais ambicioso da década, completo de breves diálogos inteligentes e atmosfera sutil. É um mix perfeito entre blacksploitation e art-house. Aplaudido de pé em Cannes, não são tantas obras do gênero que tem tanta cautela no desenvolvimento de personagens, trilha e fotografia.

6. As Irmãs Diabólicas (Sisters): Margot Kidder interpreta Danielle, uma bela modelo que leva consigo um segredo perturbador sobre suas origens. Este é o primeiro thriller hitchcockiano de Brian De Palma e, embora não seja tão bem realizado como seus trabalhos posteriores, é um excelente terror psicológico, altamente peculiar.

5. Torso (Idem): Dario Argento, Mario Bava e Lucio Fulci impulsionaram o cinema de horror italiano, mas outros diretores não tão conhecidos como Sergio Martino deixaram sua marca com obras como Torso. A trama se desenrola em uma cidadezinha do interior da Itália, onde um maníaco está atacando várias estudantes. Incrível fotografia, abundância de violência, cenas emocionantes e cheias de suspense. Imperdível para fãs e simpatizantes de Giallo.

4. As 7 Máscaras da Morte (Theatre of Blood): Comédia de horror protagonizada por Vincent Price como o excêntrico Edward Lionheart, ator que procura vingança aos críticos que humilharam suas habilidades de atuação. Edward quer eliminar um a um, encontrando inspiração para os assassinatos nas obras de Shakespeare. Junto com O Abominável Dr. Phibes, As 7 Máscaras da Morte antecede o gênero slasher, é deliciosamente mórbido e um dos melhores filmes do mestre Vincent Price.

3. A Vingança da Caolha (Thriller – A Cruel Picture): Nos moldes de Aniversário Macabro e A Vingança de Jennifer, este é um clássico exploitation sueco de estupro e vingança. Estrelado pela belíssima Christina Linderberg, o longa se destaca pelo enredo marcante, violência brutal e cenas de sexo real. Quentin Tarantino frequentemente refere-se a este como um de seus filmes favoritos de todos os tempos e Linderberg parece ser a inspiração óbvia para a sádica Elle Driver de Kill Bill.

2. Inverno de Sangue em Veneza (Don’t Look Now): Nesta obra-prima de Nicolas Roeg, o elegante cenário de Veneza se torna um lugar aterrador e asfixiante. É um terror psicológico, mas não o tipo que lhe assusta apenas com algumas cenas. É aquele tipo de filme que se move lentamente, se intensificando pouco a pouco, acumulando a tensão até o clímax final. E que final!

1. O Homem de Palha (The Wicker Man): O sargento Howie (Edward Woodward) viaja para a ilha escocesa de Summerisle para investigar o desaparecimento de uma jovem. No entanto, toda a população da ilha alega que a tal menina nunca existiu. Intrigado, Howie decide investigar a fundo para descobrir a verdade terrível de Summerisle. Faça um favor a si próprio e fique longe do remake terrível estrelado por Nicolas Cage em 2006. Clássico cult do horror, é uma obra gratificante para quem quer uma experiência cinematográfica livre de modelos ou previsibilidade. Honestamente, não existe nada que possa ser comparado.