Os bastidores de Guerra Mundial Z

Uma matéria publicada na Vanity Fair afirma que Guerra Mundial Z é o filme mais caro de todos os tempos. Os valores não são precisos, mas, segundo a revista, o longa sobre um holocausto zumbi estrelado por Brad Pitt custou cerca de US$ 400 milhões aos produtores. Para se ter uma ideia de quão absurdo é este montante, Avatar (2009) de James Cameron custou US$ 237 milhões, Homem de Ferro 3 (2013) cerca de US$ 275 milhões e a extravagância Piratas do Caribe – No Fim do Mundo (2007), a bolada de US$ 300 milhões – sem contar os gastos com publicidade e marketing.

O assunto é grave e os executivos da Paramount, da co-financiadora Skydance, o diretor Marc Forster e, claro, o astro Brad Pitt – que co-produz o filme através da sua Plan B Entertainment – estão bastante temerosos. Segundo cálculos da própria indústria, para que uma película dê lucro, ela precisa, ao menos, faturar três vezes o seu custo nas bilheterias mundiais. Sendo assim, para entrar dinheiro no bolso dos investidores, será preciso que a fita arrecade US$ 1,2 bilhão! Tarefa difícil, ainda mais que a obra foi banida da China, o segundo mercado mais rentável depois dos EUA.

Os motivos que levaram o thriller a estourar o orçamento renderiam um documentário tão interessante quanto Hearts of Darkness (O Apocalipse de Um Cineasta, no Brasil), produção sobre os bastidores conturbados do clássico Apocalipse Now. Segundo a jornalista Laura Holson da Vanity Fair, os problemas de Guerra Mundial Z começaram na pré-produção, passando por alterações significativas no roteiro, desentendimento entre profissionais nos bastidores até a desmedida re-filmagem de quase metade do filme, o que custou à Paramount US$ 170 milhões.

A revista Vanity Fair e os bastidores de Guerra Mundial Z

A decisão de refazer parte da obra veio após uma sessão prive para os executivos do estúdio que não gostaram do final. A solução: refilmar cerca de 40 minutos. O roteirista Damon Lindof (Prometheus), contratado por Pitt pessoalmente para alterar a história rescreveu as cenas, mas jamais acreditou que a Paramount topasse desembolsar nova fortuna na empreitada. De olho numa possível franquia, o estúdio optou por arcar com o prejuízo.

Segundo sites gringos especializados, Guerra Mundial Z começava explorando a história “emocional” (palavras de Lindof) do protagonista Gerry Lane (Pitt), na luta para reencontrar sua família deixada para trás durante o apocalipse zumbi que domina o planeta. Porém, a medida que a história prosseguia, ele se transformava num exterminador de mortos-vivos, no melhor estilo Tallahassee, personagem de Woody Harrelson em Zumbilândia, esquecendo completamente a tal história emocional.

Adaptação do best-seller homônimo escrito por Max Brooks, o filme estreia em 21 de junho nos Estados Unidos (e na semana seguinte no Brasil). Vamos aguardar para ver se resultado justifica todo este calvário.