Bates Motel

Há uma nova tendência nas grandes redes televisivas norte-americanas, a começar por Bates Motel e Hannibal (que comentaremos em breve), de fazer os famosos prequels de grandes filmes convertidos para seriados. Questões mercadológicas fazem estes programas acertar e errar na mesma medida, por não seguir a cronologia original, trazendo a trama para a atualidade e quebrando a linha temporal da obra de origem.

Bates Motel, para quem por algum motivo (desconhecido) na vida ainda não assistiu ao clássico Psicose, de Alfred Hitchcock — por favor tire o atraso! — se passa na conturbada infância de Norman Bates (interpretado pelo já falecido Anthony Perkins), antes dele se tornar o maníaco mais famoso da história do cinema. O longa, dirigido pelo mestre do suspense – que gerou recentemente um filme sobre sua concepção – traz o voyeurismo tão querido por Hitch e a relação de amor e ódio entre mãe e filho a partir das alucinações de Norman, dentro de uma trama onde personagens secundários sofrem as consequências desta conturbada relação.

Já o seriado, amplia o conceito do filme, toma liberdades e faz algumas interpretações que acabam por ser muito bem vindas para contar a história dessa criatura tão interessante que é, ou melhor, se tornou Bates. Primeiro, ao se referir à estranha relação mãe e filho que é explicada e aprofundada na série. As cenas iniciais já mostram um erotismo velado e incestuoso, o que deixa os espectadores um tanto desconfortáveis. Os dois protagonistas (Vera Farmiga e Freddie Highmore) saem de casa após a morte do pai da família e resolvem recomeçar numa cidadezinha pacata, para tomar conta de um hotel de beira de estrada. A locação é a mesma do filme de 1960, com aquela casa majestosa e sombria ao fundo.

Norman Bates ontem e hoje

Não demora muito para aquela casa ser palco de uma cena violenta, quando o antigo dono que perdeu o imóvel para o banco resolve se vingar dos novos moradores. Para aumentar o nível de erotismo incestuoso, o menino testemunha a mãe sendo estuprada, o que ativa nele uma segunda personalidade. Freddie Highmore (do remake de A Fantástica Fábrica de Chocolates), ainda que jovem, mostra a que veio, mudando sua feição de garoto bonzinho para uma feição sombria e sádica.

O programa televisivo foge de alguns pontos estabelecidos no filme de Hitch, mas não estraga o cenário construído pelo suspense sessentista. No entanto, a série cai um pouco ao apresentar a cidadezinha de White Pine de uma forma um tanto clichê, onde todo mundo guarda um segredo, e ao introduzir um irmão mais velho (Max Thieriot, de A Última Casa da Rua) para Norman, que surge na trama para abrandar a estranha relação mãe-filho já estabelecida. Estes desdobramentos dão a entender que é do interesse do Canal A&E atrair um público mais jovem à história de Psicose.

Sete episódios foram exibidos nos Estados Unidos e mesmo faltando três para encerrar essa temporada já é possível ter uma ideia do que vem por aí. O fato de Norma e Norman dividirem um segredo terrível fez surgir os primeiros conflitos entre mãe e filho. O jovem demonstra estar piorando cada vez mais, nos fazendo viajar para o futuro (ou seria passado?), quando Bates já é o malucão e malvadão da história e aguardar ansiosamente sua transformação completa.

A Universal Channel adquiriu os direitos de exibição no Brasil, mas ainda não divulgou quando a série vai ao ar. Para quem curte dramas familiares com um tom mais obscuro, mistério e algumas bizarrices, Bates Motel é uma ótima pedida. Se você não aguenta de ansiedade acompanhando seriados na TV, a previsão é que esta primeira temporada chegue completa em DVD e Blu-ray até o final do ano, num box com os dez episódios. E você já sabe, antes de adquirir suas séries favoritas lembre-se sempre de consultar os Cupons Mágicos para conseguir um bom preço na hora da compra. Nele você encontra as melhores promoções e cupons de desconto das principais lojas virtuais do país.