7. Slaughtered Vomit Dolls

Estados Unidos/Canada, 2006. Direção: Lúcifer Valentine.

Filme apelativo, ridículo e repugnante que pretende ser o precursor de um novo subgênero – o vomit gore. A história acompanha o drama de uma prostituta bulímica de dezenove anos que sofre com alucinações e pesadelos terríveis onde mulheres são brutalmente torturadas e assassinadas. Filmado com câmera de vídeo de forma semidocumental, este fiapo de história é o suficiente para o “cineasta” Lúcifer Valentine (!), encher a tela com cenas nojentas (pensadas propositadamente para chocar) que misturam violência e vômito (induzido).

6. Cannibal Ferox

Itália, 1981. Direção: Umberto Lenzi.

Esta produção de Umberto Lenzi está listada no Livro dos Recordes pela “façanha” de ter sido proibido em 31 países. A trama, muito parecida com a de Holocausto Canibal, acompanha uma cientista em viagem pelas selvas amazônicas com o objetivo de desmistificar a antropofagia. O problema é que ela encontra no caminho uma tribo de indígenas canibais sedenta de vingança, após ter sido atacada por um traficante. Sádico, apelativo, ultrajante e de mau gosto, o filme incomoda mais pelas cenas de mortes de animais (uma sucuri engolindo um quati, uma onça atacando um macaco) do que as humanas, involuntariamente engraçadas de tão malfeitas.

5. Visitor Q

Bijitâ Q. Japão, 2001. Direção: Takashi Miike.

No intuito de realizar uma reportagem sobre violência e sexo, jornalista transa com sua filha que é prostituta e filma seu filho sendo humilhado e espancado por colegas de escola. Por sua vez, dentro de casa, o moleque agride a mãe, que é viciada em heroína e que também se prostitui. O personagem-título é um estranho sujeito que aparece para provocar mudanças nesta singela família. O diretor Takashi Miike é um espécie de Kubrick japonês que adora polêmica. Para expor a degradação da tradicional família burguesa de seu país, ele não poupa o espectador de incesto, necrofilia e outras bizarrices.

4. Ex-Drummer

Bélgica 2007. Direção: Koen Mortier.

A procura de inspiração para um novo livro, ex-baterista de banda famosa, agora também um escritor bem-sucedido, decide juntar-se a um grupo de desajustados, numa espécie de “estudo sociológico perverso”, para formar uma banda de punk rock. Filme impactante que usa de experimentações técnicas e visuais para revelar a fragilidade humana de forma sarcástica. Prepare-se para uma viagem baixo astral (sem volta) com direito a violência gratuita, sexo explícito, distúrbios familiares, estupros e um número quase incontável de preconceitos.

3. Pink Flamingos

Estados Unidos, 1972. Direção: John Waters.

O filme acompanha a trajetória da drag-queen Divine e sua querida família – a mãe é doente mental, o filho pervertido e sua filha sente prazer em ver o irmão estuprar as namoradas – na competição contra o casal Connie e Raymond Marble – que sequestra garotas, prende-as em um calabouço e as engravidam para que seus bebês sejam vendidos a lésbicas – pelo título de “pessoas mais sórdidas do mundo”. O diretor John Waters queria fazer uma obra chocante que fosse a “voz” da contracultura dos anos 1970, mas foi muito além: seu filme é de mau gosto, sem escrúpulos, repleto de situações bizarras e constrangedoras (coprofagia, canibalismo, zoofilia e incesto).

2. Eraserhead

Estados Unidos, 1977. Direção: David Lynch.

Surrealista e repleto de simbologia, esta obra fantástica dirigida por David Lynch tornou-se um cult aclamado pela crítica desde seu lançamento e um ícone do cinema de vanguarda. O filme segue um curto período da vida de Henry Spencer (Jack Nance), um reservado operário que se vê obrigado a casar com uma antiga namorada grávida dele. O bebê nasce uma aberração e a garota deixa o monstrinho aos cuidados do pai. A partir daí, começam os trechos mais perturbadores do longa com Henry tendo visões bizarras de uma mulher deformada e que sua cabeça foi cortada para fazer um lápis.

1. El Topo

México, 1970. Direção: Alejandro Jodorowsky.

O diretor Alejandro Jodorowsky interpreta o personagem título, um pistoleiro vestido em couro negro que vaga sem destino em um mundo deserto, sempre envolvendo-se com situações surreais e figuras misteriosas. O roteiro tem pouco texto e, para compensar, capricha nas doses maciças de psicodelia, alegorias e simbolismos cifrados (que remetem ao cristianismo, judaísmo, zen-budismo, taoismo e outros tantos “ísmos” de pouco conhecidas culturas religiosas). Um povoado repleto de deficientes físicos rejeitados pela sociedade, incontáveis cadáveres de animais, insinuações sexuais e várias execuções sumárias também fazem parte da trama. Um filme difícil de digerir, indicado para poucos. Apesar de perturbador, uma experiência intensa e enriquecedora.