Não se assuste se neste domingo à noite, durante a cerimônia da 83º entrega do Oscar, um sujeito trajando uma máscara de chimpanzé subir ao palco do Kodak Theater para receber o prêmio de “Melhor Documentário”. Trata-se do artista plástico e grafiteiro inglês Banksy, que concorre na categoria por seu genial trabalho Exit Through the Gift Shop.

Banksy, que nunca mostrou seu rosto publicamente, se tornou mundialmente conhecido – e reverenciado – na década de 1990, quando seus criativos grafites começaram a surgir nas ruas de Londres. O motivo de tanto anonimato é que Banksy também é um fora-da-lei, visto que a prática de sua arte é considerada vandalismo pelas leis britânicas.

Inicialmente, a Academia proibiu o artista de comparecer mascarado temendo que outros indivíduos tomassem o seu lugar. Revoltado com a decisão, Banksy protestou do seu jeito: grafitando um outdoor na Sunset Boulevard de Los Angeles (foto acima), causando alarido entre o dono da placa e o anunciante que pagou pela veiculação.

O anúncio “atacado” da The Light Group, administradora de diversos restaurantes e clube de Los Angeles, que trazia um um Mickey bêbado e uma Minnie segurando  um cigarrinho do capeta, rapidamente se tornou atração na cidade. A intervenção gráfica chegou a receber ofertas de até 10 mil dólares, mas isto não impediu a CBS, proprietária do espaço, de remover o anúncio.

Um porta-voz da The Light Group declarou que ficaram furiosos com a atitude da empresa de mídia exterior. Segundo ele, a CBS tem claramente zero apreciação por arte: “O outdoor é nosso, não deles. Ficamos lisonjeados por Banksy ter atingido nosso anúncio – isso foi simplesmente épico.”

Banksy também pintou um Charlie Brown (da turma do cão Snoopy) com um cigarro na boca e um galão de gasolina nas mãos no muro de uma casa atingida por um incêndio, onde as marcas da fumaça ainda apareciam. Em seu site oficial, ele começou a postar imagens de outros trabalhos feitos esta semana em muros e outdoors dos arredores de Hollywood.

O protesto deu certo e hoje, o presidente da Academia, Tom Sherak, veio a público dizer que Banksy poderia vir a premiação vestido e/ou fantasiado como desejasse. “A mídia está tornando a disputa entre os documentários mais interessante que nunca, com tantas questões sobre Banksy. Acho que será muito bom se ele puder aparecer. E se ele aparecer como um macaco, não iria impedi-lo de entrar” – declarou Sherak.

Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo (ou grafite).

Fonte: Brainstorm9 e Pipoca Moderna

Nota para quem é baiano: Nildão, o cartunista e grafiteiro que pegou de surpresa a capital soteropolitana no final dos 1980 e início dos 90 – lembram de “Michael Jackson é Negão”? – seria o nosso equivalente a Banksy!