Para quem ainda não sabe, Snuff Movies são filmes que fazem parte de um sub-gênero que mistura horror com pornografia onde o principal mote é o sacrifício humano real em frente às câmeras com o objetivo de obter lucros e entreter o público doentio. Abaixo segue uma lista dos longas que melhor souberam explorar a polêmica em torno desta “lenda” urbana.

MENÇÃO HONROSA:
Videodrome – A Síndrome do Vídeo (Videodrome, 1983): Dono de uma pequena estação de TV a cabo conhecida por apresentar conteúdo de sexo e violência em sua programação, recebe a informação que o canal está recebendo transmissão com imagens de um programa clandestino onde pessoas são torturadas e assassinadas de verdade. Ao investigar a origem do sinal, ele descobre que a transmissão é uma experiência secreta que altera as percepções de quem assiste, causando danos fatais no cérebro através de um tumor, e criando uma série de alucinações bizarras numa mórbida confusão mental entre realidade e fantasia macabra. Cult-movie dirigido pelo mestre David Cronenberg, uma curiosa mistura de ficção científica, horror, sexo e surrealismo.

7. Snuff: A Documentary About Killing On Camera (2008):  O documentarista Paul von Stoetzel entrevistou acadêmicos, pesquisadores do FBI e historiadores de cinema sobre o perturbador e mítico gênero que não tem sua existência comprovada oficialmente pelas autoridades dos EUA. O filme analisa as relações entre guerra, filmes de culto, serial killers e pornografia, para provar se esse mito invasivo é ou não realidade.

6. O Bravo (The Brave, 1997): Johnny Depp dirige e atua neste drama sobre um índio miserável que aceita participar de um snuff movie por U$ 50 mil a fim de se redimir e dar um futuro menos medíocre à família. Não há nenhuma cena hardcore e a premissa interessante torna-se um mero pretexto para esfregar nas nossas caras o sofrimento de uma raça em extinção. Salva-se Marlon Brando numa participação especial como um diretor doidão que realiza as tais películas macabras.

5. Testemunha Muda (Mute Witness, 1994): Dirigido por Anthony Waller, este foi o primeiro longa hollywoodiano a explorar o tema. Na trama, uma maquiadora de cinema muda fica presa num galpão e, acidentalmente, presencia a filmagem de um snuff. Ela acaba sendo perseguida implacavelmente pelos assassinos, pertencentes à máfia russa dos anos 40 (curiosamente, os russos são realmente acusados de terem sido pioneiros na produção dos snuff movies). Não fosse o uso equivocado do humor em algumas sequências, o diretor Waller teria feito uma pequena obra-prima do suspense.

4. Temos Vagas (Vacancy, 2007): Voltando de uma viagem juntos antes de finalizar seu divórcio, casal (Luke Wilson e Kate Beckinsale) decide pegar um atalho não conhecido por uma estrada isolada. Quando o carro deles quebra, não há outra escolha a não ser se hospedar num motel próximo. Péssima opção: O lugar é cenário para a realização de snuffs e eles estão escalados para o próximo filme. Clima claustrofóbico num roteiro enxuto e cheio de sustos.

3. 8 Milímetros (8 Milimeters, 1999): Detetive (Nicolas Cage) é contratado pela viúva de um industrial riquíssimo para descobrir porque o maridão guardava no cofre um rolo de filme de 8 milímetros, com alguns minutos que mostram torturas e o assassinato de uma jovem. O que a viúva quer saber é se a garota está morta de verdade. Durante sua investigação, o detetive se vê obrigado a mergulhar no submundo da indústria pornográfica. Apesar do moralismo ridículo, o longa tem certo clima e boas atuações, em especial Joaquim Phoenix no papel de um punk balconista de locadora que ajuda o personagem de Cage.

2. Morte Ao Vivo (Tesis, 1997): Longa de estréia do espanhol Alejandro Amenábar. No enredo, repleto de reviravoltas, uma garota que pesquisa para uma tese sobre violência no cinema acaba descobrindo acidentalmente uma quadrilha que produz videos snuff dentro da universidade onde estuda. O longa explora pouco da violência e concentra-se mais no clima de suspense que vai se tornando tenso e insuportável a medida que o filme avança (para os personagens e o espectador).

1. Serbian Film (Srpski Film, 2010): Milos (o diretor Srdjan Todorovic), é um ator pornô aposentado e cheio de dívidas. Com a anuência da mulher, ele retoma a sua função numa nova produção, mas descobre que está envolvido nas filmagens de um snuff. Apaixonado pelo cinema americano dos anos 70, o diretor/ator Todorovic explicou que este trabalho é uma metáfora enaltecendo a corrupção em seu pais, a Sérvia, e uma homenagem a Martin Scorsese e Brian De Palma. Homenagem, o caralho! Passe bem longe deste filme se você tem estômago fraco. O longa possui tenebrosas cenas de tortura, degradação humana, violência sexual e psicológica que vão deixar você sem dormir por dias.