Aqui em Chicago (EUA) está fazendo um frio do cacete, com termometros chegando a -2ºC. E foi sob este clima extremamente agradável que fui “obrigado” a levar minha filha Cassie ao cinema no último final de semana. Pensei que ia encontrar uma sala vazia, mas a petizada compareceu em massa para assistir Hotel For Dogs (“Um Hotel Bom Pra Cachorro”, aí no Brasil) apesar do filme ter estreado em janeiro.

A Gang dos DobermansA história bobinha sobre dois adolescentes que começam a catar tudo quanto é cachorro de rua e colocar num hotel abandonado, tem final edificante, mas é feita para crianças e só. A fita só serviu para lembrar-me da primeira vez que assisti A Gangue dos Dobermans, um filmeco de 1972 que a TVS (SBT) reprisava até a exaustão. Eu devia ter uns oito anos e fiquei bastante impressionado com a “performance” dos cachorros (hoje percebo que eram melhores que os atores humanos do filme).

A produção, de baixo orçamento, tinha um roteiro bem interessante. Cansado de  assaltos a bancos mau-sucedidos, um criminoso tem a ideia de treinar cães para fazer o serviço sujo. Escolhe trabalhar com seis dobermans – raça que era tida como a mais feroz. Com a ajuda de um ex-combatente do Vietnã, expert em adestramento, os bichos vão se tornando verdadeiras armas letais.

Os carinhosos cachorrinhos tinham nomes de criminosos famosos: Dillinger, Bonnie, Clyde, Baby Face Nelson, Pretty Boy Floyd e Ma Barker. Pode? O divertido eram as cenas de ação, muito bem arquitetadas (como vocês podem ver no video abaixo) e a trilha sonora envolvente com influências de jazz e soul lembrando bastante o tema da Swat (tararam, tararam, tam, tam, tam!), seriado que passava na época e eu adorava.

Pesquisando na web, descobri que o filme teve três sequências (sem o mesmo sucesso), todas dirigidos pelo mesmo Byron Chudnow responsável pelo original. Um deles, inclusive, mostrando que os dobermans também podem ser bonzinhos. Tudo isto num idílico anos 80 onde ninguém conhecia o animalesco Pitbull.

Detalhe: O sofrimento canino vai continuar aqui em casa. Enquanto escrevia este artigo, escutei a patroa e a filhota programando em alugar o blu-ray de Beverly Hills Chihuahua (“Perdido Pra Cachorro”) nesse final de semana.