7. Mondo Cane

Mondo Cane. Itália, 1962. Direção: Paolo Cavara, Gualtiero Jacopetti.

Filmado em várias partes do globo, este documentário cruel explora a cultura da vida e da morte, os tabus do sexo, os rituais barra-pesada das religiões e os hábitos peculiares de civilizações diversas. Não espere encontrar aqui algum tipo de análise cultural, e muito menos resquício de credibilidade antropológica. A única intenção é chocar o espectador. Concebido na era pré-internet e das redes sociais, Mondo Cane envelheceu em seus propósitos, mas ainda incomoda, graças ao apanhado de imagens curiosas, ora grotescas, ora até belas, carregadas de certa poesia peculiar. Precursor dos shockumentaries, rendeu várias continuações, cópias e imitações descaradas.

6. Síndrome de Ebola

Ebola Syndrome / Yi boh lai beng duk. China, 1996. Direção: Herman Yau.

Não se deixe enganar pelo título, esse filme nem de longe é um documentário ou apresenta informações relevantes sobre o vírus ebola. Trata-se de um trash de horror com muitas situações absurdas, degradantes e escatológicas. O longa acompanha a trajetória de um estuprador e assassino que trabalha num restaurante chinês na África do Sul e, sabe se lá porque, é imune ao ebola, mas transmite a doença para todos aqueles que entram em contato com seu sangue, saliva ou esperma. Demência em forma de filme, politicamente incorreto até a tampa, com gore nível hard, protagonizado por uma das figuras mais asquerosas da história do cinema.

5. Long Pigs

Long Pigs. Estados Unidos, 2007. Direção: Nathan Hynes, Chris Power.

Dois jovens cineastas convencem um canibal a deixá-los registrar o seu violento cotidiano: desde o momento em que ele atrai vítimas para o seu porão, passando pelo momento em que os corpos são desmembrados até o consumo de fato. Entre uma morte aqui outra acolá, o sujeito justifica o seu degradante estilo de vida com justificativas ecológicas e filosóficas. Mistura louca de August Underground e Aconteceu Perto da Sua Casa, esse mockumentário assustador pode ser bem desconfortável para quem não está acostumado com filmes ultra-violentos e realistas.

4. The Green Elephant

Zelyonyy Slonik. Russia, 1999. Direção: Svetlana Baskova.

Proibido em seu país de origem – onde fez sucesso no mercado negro de DVDs -, O Elefante Verde é quase um snuff movie, visto seu aspecto técnico bastante amador que colabora com o tom realista. A trama se passa numa prisão militar caindo aos pedaços onde dois homens estão confinados. A convivência entre a dupla vai para o azeite quando um deles resolve defecar num prato e oferecer as fezes ao colega. O “presente” desencadeia um ato de violência gráfica que inclui tortura, sodomia e estripação. Um filme bizarro, sádico, degradante, sujo, e, claro, extremamente perturbador. Por trás de todo o seu sadismo, deixa subtendido uma crítica social e política a Mãe Rússia.

3. Necrophile Passion

Necrophile Passion. Austria/Alemanha, 2013. Direção: Tom Heidenberg.

A necrofilia é um tabu evitado e raramente abordado, mesmo em produções underground. Mas ainda há quem tenha coragem de desafiar o bom gosto, como o é o caso do diretor Tom Heidenberg. Nesta antologia, ele apresenta seis contos sobre o tema, onde sobram cenas de sexo com cadáveres, alguns recém-mortos (com o elenco “morto” não convencendo muito) e outros em estado de putrefação bastante avançado. O representante maior da necrofilia no cinema, ainda é Nekromantik, de 1987, mas Heindeberg realizou aqui uma obra “interessante” sobre o tema, que apesar das imagens tétricas e angustiantes, expõe uma reflexão transgressora sobre o assunto.

2. Tumbling Doll of Flesh

Nikku Daruma. Japão, 1998. Direção: Tamakichi Anaru.

A expressão Nikku Daruma em japonês significa algo como “boneca de carne”, então prepare-se para um filme indigesto que cumpre (literalmente) o que seu título promete. A trama acompanha um casal contratado para estrelar um filme pornô amador que vira refém do alucinado diretor, disposto a levar o “sexo” as últimas consequências – leia-se flagelação, mutilação, castração e todo tipo de tortura física e psicológica. Filmado quase inteiramente através de uma câmera parada e uma handcam, esse filme claustrofóbico e chocante é indicado apenas para os fãs de produções pornô-splatters.

1. Titicut Follies

Titicut Follies. Estados Unidos, 1967. Direção: Frederick Wiseman.

Em meados os anos 60, Frederick Wiseman um professor de direito resolveu denunciar tudo que lhe incomodava no sistema manicomial e presidiário dos EUA. Assim surgiu este documentário que mostra a condição humana, social, médica e jurídica sob a qual viviam os detentos/pacientes do Bridgewater State Hospital, no Estado de Massachusetts. O descaso, as humilhações e a falta de paciência dos funcionários – guardas, assistentes sociais e psiquiatras – para com os internos é revoltante e perturbadora. Assistir ao longa é uma experiência perturbadora, uma vez que as práticas obscuras que ocorrem naquele lugar são de embrulhar o estômago. Em 1968, foi proibido pela Suprema Corte do Estado de Massachusetts e só liberado 24 anos depois.