7. Deadgirl

Estados Unidos, 2008. Direção: Marcel Sarmiento e Gadi Harel.

Vendido como um “filme de zumbi”, não espere encontrar aqui aquele clichezão onde um pequeno grupo de sobreviventes luta por suas vidas num mundo tomado por mortos-vivos. Tortura e necrofilia são o prato principal e a sobremesa respectivamente, desta produção indie que critica a juventude perdida dos tempos atuais, educada sem limites e/ou uma bússola moral. Na trama, dois amigos adolescentes invadem um hospício abandonado e descobrem nos porões do lugar uma mulher nua acorrentada a uma cama. Ao invés de chamar a polícia, resolvem fazer “testes de resistência” com a garota e descobrem que ela não morre, é uma espécie de zumbi. Assim, um deles decide que seria interessante usar os “benefícios” de ter uma garota amarrada e transformá-la numa escrava sexual. Irônico e revoltante, o longa não dá sustos, mas incomoda com um pessimismo que permeia a fita do princípio ao final.

6. Geração Maldita

The Doom Generation. EUA/França, 1995. Direção: Gregg Araki.

Quando Jordan e Amy, um casal de adolescentes, entediados e meio chapados, decidem sair de uma balada para transar no carro, eles encontram Xavier, um sujeito psicótico (que tatuou “Jesus Cristo” no próprio pênis) e extremamente violento. Para escapar de uma briga, fogem do lugar levando consigo a companhia indesejada. Após um incidente numa loja de conveniência, o trio é obrigado a pegar estrada, sem olhar para trás. Road movie degenerado, repleto de gore, sexo, mortes, vulgaridades, mutilações, escatologias e muitas perversões. Diversão trash, que sacaneia o american-way-of-life e a mídia americana indulgente que vive de glamorizar a violência. Destaque para a trilha sonora bacana, com músicas de artistas cultuados nos anos 1990, como Nine Inch Nails, Porno For Pyros, Jesus & Mary Chain, The Verve, entre outros.

5. The Untold Story

Bat Sin Fan Dim: Yan yuk Cha siu Bau. China, 1993. Direção: Danny Lee e Herman Yau.

O filme acompanha o cotidiano de Wong Chi Hang, um talentoso cozinheiro que trata, destrincha e cozinha carnes com resultados suculentos. No entanto, a mesma habilidade que ele demonstra para cortar animais, se estende aos seres humanos. A sequência inicial, rica em detalhes, dá o tom da película, onde o “masterchef” mata um pobre sujeito, para em seguida desmembrá-lo, triturá-lo e cozinhar suas vísceras. A obra até arrisca uma crítica sobre a postura gananciosa da mídia, porém, é difícil refletir sobre a mensagem quando testemunhamos uma quantidade enorme de sangue espirrando, mutilações e tripas sendo arrancadas em curtos intervalos de tempo. Até mesmo as cenas mal realizadas – onde um braço ou uma perna eventualmente filmados em close-up tem uma aparência emborrachada e tosca -, impressionam pela morbidez das ações e pela forma crua como são conduzidas.

4. O Vídeo de Benny

Benny’s Video. Áustria/Suíça, 1992. Direção: Michael Heneke.

Benny é um adolescente solitário que mantém uma relação distante com os pais, cujo único hobby é ficar confinado em seu quarto assistindo vídeos caseiros, de violência explícita em sua maioria. Em um final de semana em que os pais viajam, Benny leva para casa uma garota que acaba de conhecer. Após mostrar a menina uma de suas filmagens favoritas, o abate de um suíno, acaba matando-a com a mesma pistola de ar comprimido usada contra o animal. A fita deixa claro que o comportamento agressivo do protagonista é diretamente influenciado pela espetacularização da violência na mídia, e pela negligência dos pais. Entretanto, aborda também outros temas relevantes, como o vazio existencial que reina sobre o rapaz – a sua postura fria após o assassinato é algo assustador -, explorado brilhantemente pelo diretor Michael Heneke (Violência Gratuita, A Fita Branca), cineasta expert em crítica social.

3. Os Últimos Dias de Schrammm

Schramm. Alemanha, 1994. Direção: Jörg Buttgereit.

Esta “pérola” alemã inspirada em fatos – a vida do criminoso Carl Panzram que confessou matar 22 pessoas e sodomizar mais de mil homens na década de 1920 – acompanha os últimos dias da vida de Lothar Schramm (Koerner Florian von Gustorf), serial killer conhecido como o “assassino do batom”. O longa, propositadamente não-linear, é contado (em flashbacks) sob o ponto de vista do assassino, cuja criatividade para tirar a vida de suas vítimas parece ser interminável. Ao mesmo tempo, somos obrigados a vivenciar seus sonhos (aberrações sexuais) e os castigos que ele impõe a si mesmo como punição psicológica (mutilações sexuais). Deprimente, brutal e angustiante, o longa atinge o ápice da demência na cena onde o protagonista tem a coragem(?) de martelar pregos em seu pênis.

2. A Menina da Porta ao Lado

The Girl Next Door. Estados Unidos, 2007). Direção: Gregory Wilson.

Após perderem os pais num acidente automobilístico, Megan e sua irmã são obrigadas a morar com a sádica tia Ruth, a parenta mais próxima. A mulher, nada satisfeita com a presença das meninas em sua casa, começa a implicar com as duas, inicialmente, humilhando-as verbalmente, depois partindo para torturas físicas e violências sexuais. Tudo isso acompanhado de perto pelos três filhos de Ruth e outras crianças do bairro, encorajados a também abusar das garotas de formas bastante doentias. Baseado numa história real ocorrida nos EUA no final dos anos 1950 – e relatada no livro homônimo de Jack Ketchum que também serviu de inspiração para Um Crime Americano, lançado no ano seguinte -, este drama é um forte soco na fuça da família norte-americana. Uma obra indigesta e perturbadora, sem limites e sem escrúpulos.

1. Orozco, El Embalsamador

Japão/Colômbia, 2001. Direção: Kiyotaka Tsurisaki.

Shockumentary absurdamente sujo e degradante que acompanha o dia-a-dia do tal senhor do título, um sujeito que ganha a vida embalsamando corpos de indigentes encontrados nas ruas de El Cartucho, o bairro mais barra pesada de Bogotá, capital da Colômbia. Froilan Orozco – uma versão hardcore do Seu Madruga – leva a vida de forma poética, encara seu trabalho como outro qualquer e se orgulha profundamente de ter embalsamado mais de 30 mil corpos. Dirigido pelo documentarista e fotógrafo japonês Tsurisaki Klyotaka, o longa apresenta um desfile bizarro de cadáveres em diversos estados de descomposição. São velhos, jovens, crianças e até um bebezinho, manipulados e costurados com instrumentos toscos que parecem ter saído do boteco da esquina. Definitivamente não é indicado para pessoas de estômago fraco que se impressionam facilmente.