Os Piores Filmes de 2013

Promessas não cumpridas, produções sem graça, longas pretensiosos ou ofensivos. Muita coisa intragável passou pelos cinemas este ano. E escolher os piores entre os ruins é uma tarefa tão complicada quanto eleger os Melhores do Ano. Lista polêmica que sempre gera revolta entre os mais exaltados, este é um trabalho que reflete um gosto pessoal e ninguém é obrigado a concordar com ele. O campo de comentários está aí justamente para que você possa manifestar sua opinião contrária ou a favor.

10. R.I.P.D. – Agentes do Além (R.I.P.D.): Cópia descarada de Homens de Preto, esta com comédia sci-fi mal feita e sem graça baseada em uma HQ da Dark Horse criada em 1999 é um grande desperdício de tempo e dinheiro. Na trama, o pé frio Ryan Reynolds (Lanterna Verde) e o veterano Jeff Bridges (O Grande Lebowski) são dois policiais resgatados durante sua passagem para o “outro lado” para servir no Departamento Descanse em Paz, agência sobrenatural responsável por manter o equilíbrio entre o mundo real e a legião das almas penadas. Efeitos visuais irregulares, roteiro óbvio e cenas de ação que parecem ter saído de um videogame de terceira categoria contribuem com o funeral da fita.

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9. A Hospedeira (The Host): Vergonhosamente mal realizado, esta adaptação do livro homônimo de Stephanie Meyer (sim, ela mesma, a autora de Twilight) pretendia ser uma ficção científica com toques de romance, porém, o resultado final transformou o longa numa comédia trash involuntária. A história é uma grande bobagem futurista que usa os mesmos artifícios usados na saga de Bella – inclusive um triângulo amoroso, mais bizarro ainda do que o de Crepúsculo – para atrair o público adolescente. O cineasta Andrew Niccol (Gattaca) devia estar sob a influência dos aliens invasores de corpos que fazem parte da trama ao escrever e dirigir o filme. Entre os atores só a coitada da Saiorse Ronan se salva, mas a carga é muito pesada para ela carregar sozinha nas costas.

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8. Aposta Máxima (Runner, Runner): Fico imaginando o que poderia ter $eduzido Ben Affleck, novo Batman e vencedor duas vezes do Oscar, a participar deste thriller chinfrim cujos enormes furos no roteiros passam uma pessoa. A “trama”, sobre um um estudante com dificuldades para pagar os estudos e que acaba indo trabalhar para um mafioso do poker online, tem como mote as notícias divulgadas pela mídia sobre denúncias envolvendo a indústria de jogos de cartas online, no entanto, se a intenção do roteiro era criticar este tipo de jogatina, não funcionou. O longa não convence como ação nem como suspense e as péssimas atuações de Affleck e Justin Timberlake contribuem para afundar ainda mais a película.

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7. Alvo Duplo (Bullet to The Head): Depois do sucesso de Os Mercenários 1 e 2, Stallone achou que o público desejava vê-lo estrelando “sozinho” uma fita de ação. Bom, Sly tem todo o direito de se achar o rei da cocada preta, mas escolheu muito mal o projeto que o traria de volta ao grande escalão: um policialzinho de meia-tigela, entupido de clichês e sonolentas cenas de ação onde tudo parece cópia da cópia da cópia. Stallone interpreta Jimmy Bobo(?!), um assassino de aluguel contratado para matar um policial corrupto que é obrigado a unir forças com um tira oriental após seu contratante dar cabo de seu parceiro. Produção genérica com clima de filme B, o título em inglês (Bala na Cabeça, na tradução literal) é um alerta para o espectador mais esperto.

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6. Inatividade Paranormal (Haunted House): Embora Atividade Paranormal seja o principal alvo desta paródia asquerosa estrelada por Marlon Wayans (As Branquelas), sobram farpas para todo tipo de produção sobrenatural como Filha do Mal, Caça-Fantasmas e O Exorcista. As piadas baseadas em flatulência percorrem o filme de ponta a ponta, que também tenta fazer graça com escatologias, preconceito racial e sexo. O problema não está no conteúdo, mas na (má) qualidade do resultado final – numa das cenas mais constrangedoras, Wayans simula um menage à trois com bichinhos de pelúcia. Ofensivo e desagradável, vai ganhar uma sequência no próximo ano, deixando claro que existe público para este tipo de “comédia”.

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5. Gente Grande 2 (Grown Ups 2): Quase todo o elenco do primeiro está de volta nesta sequência imbecil cuja arrecadação nas bilheterias superou os US$ 130 milhões nos EUA, o que nos faz questionar o gosto do americano quando o assunto é comédia. Uma ode a estupidez humana, aqui não existe preocupação em construir uma história ou seus personagens, apenas uma sucessão de esquetes tolas e vergonhosas. Piadas grosseiras e lições de moral duvidosas (envolvendo bullying e vingança) fazem parte da “trama” do filme, cujo maior “mérito” é inventar o espirrotopum, um espirro, seguido de um arroto e depois um pum. Degradante e dispensável como a maioria dos filmes recentes de Adam Sandler.

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4. Giovanni Improtta: Sucesso na novela Senhora do Destino (2004-2005), José Wilker achou que transpor seu personagem para o cinema era um boa ideia. Ledo engano. Além de chegar às telas com anos de atraso – Giovanni quem? – o resultado se mostrou uma verdadeira roubada, tanto para o espectador que gastou seu dinheiro, quanto para quem topou participar do longa como Hugo Carvana, Milton Gonçalves, Othon Bastos, Paulo Goulart, Andréa Beltrão, Gregório Duvivier e tantos outros talentosos atores. O roteiro frágil – que mete os pés pelas mãos ao tentar fazer uma crítica social ao Brasil – mostra o bicheiro carioca passando maus bocados, acusado de assassinato e chifrado pela esposa. Vergonhoso e desnecessário, assim como alguns comentários de Wilker durante a transmissão do Oscar.

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3. Todo Mundo em Pânico 5 (Scary Movie 5): Na cena inicial, onde Charlie Sheen e Lindsay Lohan pagam o maior mico de suas carreiras – lembre-se que eles são experts neste assunto -, fazendo piadas das vergonhas públicas que passaram, o espectador imediatamente percebe que seu dinheiro foi para o ralo. A franquia nunca foi um primor de qualidade, mas conseguia arrancar risos apostando no humor satírico e deslavado. Não é o caso deste quarta sequência, que falha miseravelmente em suas tentativas de fazer graça com sucessos recentes como Mama, Atividade Paranormal e Evil Dead. Desastroso, o filme enterra a cinessérie de vez, deixando claro que esse sub-gênero já desgastou faz tempo.

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2. Para Maiores (Movie 43): Quando um roteiro é ruim, nem mesmo uma constelação de atores é capaz de salvar um filme. A prova maior disso é esta tolice pretensiosa e politicamente incorreta – há piadas envolvendo bullying, DST e deficiências físicas – estrelada por astros de grande kilate como Hugh Jackman (Wolverine), Halle Berry (Trilogia X-Men), Uma Thurman (Kill Bill), Gerard Butler (300), Naomi Watts (O Impossível), Richard Gere (Uma Linda Mulher) e Kate Winslet (Titanic). Juntos eles protagonizam uma série de esquetes de mau gosto que colocam Adam Sandler no chinelo. Apelidado pelo Chicago Sun-Times de “O Cidadão Kane da estupidez”, alguns trechos escatológicos podem fazer vomitar o espectador com estômago mais sensível.

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1. O Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua (Texas Chainsaw 3D): O Massacre da Serra Elétrica é um dos maiores clássicos do horror de todos os tempos. Fruto de produtores gananciosos, já esta sétima sequência é um festival de momentos cretinos que beiram a auto-paródia. Fã da obra original de Tobe Hopper produzida na década de 1970, eu já descarreguei o meu desprezo por esta continuação picareta aqui e aqui. O que mais dizer deste “filme”, cujo roteiro negligente menospreza a inteligência do público apresentando explicações infundadas para seus erros gritantes de cronologia? E pior, vitimiza o maníaco Leatherface a ponto de transformá-lo em herói?

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