O hype em torno da nova tecnologia 3D está trazendo de volta tralhas do passado, remodeladas em filmes baratos (para os padrões de Hollywood, é claro) no intuito de conquistar toda uma nova geração. É o caso deste Piranha 3D, uma reimaginação de um longa furreca de 1978 dirigido pelo então iniciante Joe Dante e produzido pelo rei do trash Roger Corman.
Diferentemente do longa original, no qual as piranhas eram seres mutantes produzidos em laboratório, nesta nova versão, os peixes assassinos surgem durante as férias da primavera em um lago repleto de turistas, depois que uma latinha de cerveja atirada na água provoca um tremor subterrâneo e liberta as piranhas pré-históricas de uma caverna abaixo da superfície. Elisabeth Shue faz uma policial séria que tenta controlar o caos na cidade. O resto é a velha sucessão de clichês típicos do gênero, certamente esperados por quem vai ao cinema assistir este tipo de fita.
O longa é um prato cheio para quem não sente falta de um enredo plausível e quer ver mesmo é muita gritaria, correria, sangue e mutilações explícitas. Ah, e mulher pelada também. O que não faltam no longa são beldades com peitões de fora, muitas delas atrizes x-rated bem conhecidas do público onanista como Ashlynn Brooke, Gianna Michaels, Riley Steele, entre outras.
Os produtores, ávidos em atrair à atenção para o longa, também “convenceram” o veterano ator Richard Dreyfuss a fazer uma rápida cena. O sujeito entra mudo e quase sai calado, não fosse a musiquinha de Tubarão! – numa referência nada acidental – que ele cantarola no começo do longa, pouco antes de ser devorado por um cardume de piranhas.
E não é apenas no clássico dirigido por Spielberg que Piranha apoia-se para angariar fãs de outras franquias. Christopher Lloyd interpreta um papel que é claramente baseado em Doc Brown de De Volta para o Futuro. Ele vive um especialista em peixes que aparece do nada para explicar a periculosidade das piranhas pré-históricas que causam o terror no balneário.
Mas nem pornstars nem participações especiais de atores consagrados salvam Piranha 3D da mediocridade. Os efeitos em terceira dimensão toscos demais, não justificam o ingresso mais caro, até porque assistir essa produção, seja em 3D ou 2D, será uma experiência muito mais risível do que assustadora.
(2.5/5)
Piranha 3D (Piranha 3D)
Estados Unidos, 2010 – 88 min.
Direção: Alejandre Aja. Roteiro: Pete Goldfinger e Josh Stolberg.
Elenco: Elisabeth Shue, Ving Rhames, Jerry O’Connell, Christopher Lloyd, Eli Roth, Richard Dreyfuss.
