Na sexta, publiquei um artigo sobre Last Call, o autoproclamado primeiro horror interativo. Ledo engano. Marcel Plasse, editor do site de cinema Pipoca Moderna, enviou-me um email informando que aqui no Brasil algo semelhante já foi feito. E muito antes.

Trata-se de A Gruta, um filme-jogo dirigido por Filipe Gontijo, apresentado ao público pela primeira vez durante o Festival de Brasília em 2008. A produção permite a participação dos espectadores através de um controle remoto. Dependendo das escolhas feitas, o filme pode ter até 11 finais diferentes e durar de 5 a 40 minutos.

O publicitário e videomaker Gontijo, que venceu o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília em 2006 com o curta A Volta do Candango, utilizou os mesmos dispositivos usados em programas de auditórios. A ideia surgiu como um game para PC e evoluiu para um “filme-jogo”, seguindo os princípios dos RPGs (Role Playing Games).

Menu de A GrutaDiferente do alemão Last Call onde comandos de voz acionam as cenas correspondentes, em A Gruta, um menu aparece na tela a cada cinco minutos, permitindo que todo o público vote nos rumos para a história.

O suspense brasiliense, que traz referências do horror clássico O Massacre da Serra Elétrica (1974), foi inspirado no caso verídico que estarreceu o Distrito Federal em 2004, quando um homem assassinou seus patrões em Vargem Bonita (DF), alegando que o casal para quem trabalhava estava “possuído”.

A trama conta a história de Luiza (Poliana Pieratti) e Tomás (Carlos Henrique), um jovem casal que decide passar uns dias na fazenda da família da garota, onde vive um estranho caseiro Tião (André Deca). A harmonia acaba quando eles encontram um filhote de porco na gruta da fazenda. A partir daí, muitas coisas estranhas começam a acontecer.

O média-metragem interativo já foi exibido em diversos festivais de cinema pelo país e você pode experimentá-lo através do Youtube:

Fontes: HojeSoAmanha / UOL Cinema