A “cultura do medo” norte-americana produziu inúmeros – e bons – filmes sobre o tema e enumerá-los nesta lista não foi uma tarefa fácil. O critério para a seleção foi a importância da conspiração, como o roteiro soube conduzi-la sem deixar perguntas não-respondidas e o grau de envolvimento provocado no espectador.

10. Identidade Bourne (The Bourne Identity,2002): Homem resgatado em alto-mar por barco pesqueiro após sobreviver um atentado, acorda com amnésia. Ele tem apenas uma pista, um número de conta bancária encontrado em um chip dentro de seu corpo. A partir daí, começa investigação para descobrir quem ele é realmente.

Nível de paranoia: ALTO. O espião interpretado por Matt Damon não confia em ninguém, nem mesmo em si próprio. A conspiração continua por mais dois filmes.

9. O Candidato (Kadidaten, 2008): Advogado de defesa, acorda ao lado do corpo de uma mulher e é acusado de assassinato. Sofrendo as conseqüências, ele é caçado por um grupo de chantagistas que ameaçam expô-lo. Mas as coisas podem não ser o que aparentam, e estarem ligadas com a morte de seu pai em circunstâncias misteriosas um ano antes.

Nivel de paranoia: MÉDIO. Suspense dinamarquês pouco conhecido no Brasil, repleto de reviravoltas que garantem surpresas absurdas até o último minuto. Os norte-americanos já preparam uma refilmagem com Sam Worthington (Avatar) no papel principal.

8. Vidas em Jogo (The Game, 1997): Um milionário entediado (Michael Douglas) recebe como presente de aniversário de seu irmão (Sean Penn) um cartão que lhe dá acesso a um divertimento incomum, organizado pela empresa “Serviços de Recreação do Consumidor”. Deste momento em diante o sujeito se vê envolvido em um perigoso game onde o objetivo parece ser assassiná-lo.

Nível de paranoia: ALTO. Esta pérola dirigida por David Fincher revela-se um divertido jogo de gato e rato à la Hitchcock cheio de reviravoltas. O roteiro tem alguns furos absurdos, mas que não comprometem a (boa) intenção do longa.

7. Os Três Dias do Condor (Three Days of The Condor, 1975): Robert Redford é um agente da CIA que trabalha apenas com serviço burocrático e de um hora para outra descobre que todos em sua equipe foram mortos. Perseguido por um frio e misterioso assassino (Max Von Sydow), ele “sequestra” uma fotógrafa (Faye Dunaway) e juntos tentam descobrir quem está comandando esta tramoia.

Nível de paranoia: MÉDIO. O longa dirigido pelo já falecido Sidney Pollack envolve magnatas do petróleo que não estão para brincadeira quando sua fonte de riqueza é ameaçada.

6. A Conversação (The Conversation, 1974): Francis Ford Coppola recebeu Palma de Ouro em Cannes por esta pequena obra-prima que conta a história de um competente e sofisticado profissional da espionagem (Gene Hackman), apaixonado pelo que faz, que entra em crise quando fica sabendo a finalidade escusa de um de seus trabalhos.

Nível de paranoia: ALTO. A transformação por qual passa o personagem de Hackman somados a melancólica trilha sonora e o roteiro preciso transformam esta obra num ensaio inteligente, realista e intenso.

5. Sob O Domínio do Mal (The Manchurian Candidate, 1962): Após retornar como heróis da Guerra da Coréia, soldados não conseguem se lembrar direito o que aconteceu para terem recebido tal condecoração. Aos poucos vão descobrindo que suas mentes guardam terríveis segredos e foram manipuladas pelos inimigos russos através de uma perigosa lavagem cerebral.

Nível de paranoia: ELEVADO. Realizado numa época em que a Guerra Fria pairava sob o ar e os EUA tentava se recuperar da paranóia do McCarthysmo, o longa expressa o conflito ideológico entre o capitalismo e o comunismo.

4. O Informante (The Insider, 1999): O filme narra a real história de Lowell Bergman, produtor de TV do famoso “60 Minutes”, que em 1995 convenceu o cientista Jeffrey Wigand (Russell Crowe), ex-pesquisador de uma grande empresa de tabaco dos EUA, a revelar toda verdade sobre a manipulação de nicotina e a inserção de carcinógenos em cigarros para aumentar a dependência a estes.

Nível de paranoia: BAIXO. Apesar da relevância do longa dirigido por Michael Mann ao procurar cobrir a maior quantidade possível de fatos envolvidos neste polêmico caso, o mais revoltante é saber que esta conspiração existe, é permitida e continua.

3. O Suspeito da Rua Arlington (Arlington Road, 1999): Jeff Bridges (num dos melhores papéis de sua carreira) faz um professor de história que após salvar a vida do filho de seus novos vizinhos começa a desconfiar que, na verdade, eles são terroristas.

Nível de paranoia: ALTO. A atuação do trio central (Jeff Bridges, Joan Cusack e Tim Robbins) somados a trilha sonora assustadora de Angelo Badalamenti e a montagem nervosa de Conrad Buff, faz qualquer espectador suar frio ao embarcar na obsessão do personagem de Bridges.

2. Todos Os Homens do Presidente (All The President Men, 1976): Verdadeira aula de jornalismo para qualquer aspirante a profissão, o longa mostra como dois repórteres do  Washington Post foram fundamentais para a renuncia do presidente Richard Nixon, depois do escândalo envolvendo grampos na sede dos Democratas em 1972.

Nível de paranoia: NULO. O fato foi comprovado nos tribunais. Os cinco homens que tentaram instalar a escuta telefônica no Edifício Watergate foram pegos com a boca na botija e confessaram suas intenções.

1. JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar (JFK, 1991): Épico político dirigido por Oliver Stone que reconstitui o assassinato do presidente americano John Kennedy em 1963. Kevin Costner interpreta um incansável promotor que faz de tudo para provar que Kennedy foi vítima de um complô e não simplesmente assassinado por uma única pessoa, Lee Harvey Oswald, como concluiu-se no inquérito preliminar.

Nível de paranoia: ELEVADO. Stone defende a tese de uma mega-conspiração envolvendo revolucionários cubanos, a CIA e a própria cúpula do governo americano.