2012

O diretor e roteirista alemão Roland Emmerich que já havia invadido a Terra com aliens malvados em “Independence Day”, derretido as calotas polares e congelado o hemisfério norte em “O Dia Depois de Amanhã”, resolveu destruir de vez o planeta em 2012, ficção cientifica que literalmente arrasou no seu final de semana de estreia, arrecadando cerca de 225 milhões de dólares mundialmente.

Para quem conseguiu sair ileso ao marketing brutal do filme e ainda não sabe do que se trata, a trama tem a profundidade de um pires:  Geólogos descobrem que o núcleo da Terra está cada vez mais superaquecido, ocasionado pelo bombardeio de raios solares chamados neutrinos. Esse “efeito microondas” vai causar erupções vulcânicas, terremotos e tsunamis que varrerão a civilização da face do planeta. Nem o Cristo Redentor sairá incólume, desta vez. A data do apocalipse coincide com a mesma prevista por uma profecia maia de 5000 anos atrás.

Emmerich, como de costume, “enche linguiça” com dramas humanos para aumentar o sentimentalismo. Destacam-se o do escritor e chofer Jackson Curtis (John Cusack) que, em busca de redenção, tenta a todo custo salvar a ex-mulher e os filhos, e o do geólogo Adrian Helmsley (Chiwetel Ejiofor), que descobre o fim iminente anos antes da tragédia e se opõe à política adotada pelo governo norte-americano de esconder a informação.

Além dos clichês, como a enésima destruição da Casa Branca e a profusão de personagens estereotipados, o longa carrega no patriotismo exagerado. O arrependido presidente dos EUA (Danny Glover) abdica sua salvação (em uma Arca de Noé hitech construída às escondidas para políticos, cientistas e uma minoria abastada) para enfrentar a morte, por exemplo.

Não se engane: O grande astro de 2012, são os efeitos visuais extremamente realistas que tiram o fôlego em cenas catastróficas e fugas mirabolantes perpretadas pela família do personagem de John Cusack, primeiro numa limusine e depois num pequeno bimotor, enquanto a Califórnia vai se desintegrando sob seus pés.

A pieguice exacerbada do longa (longa mesmo, são mais de 2h30min de projeção) não impede a diversão. Desligue o cerébro nas sequências melosas e nas pseudo-explicações científicas e delicie-se com a hecatombe planetária proporcionada pelo senhor Emmerich. Oportunista como sempre, ele já anunciou uma série de TV dando continuidade ao filme, que se passará em 2013, mostrando o que aconteceu depois do desastre.

(2.5/5)
2012 (Idem)
Estados Unidos, 2009 – 158 min.
Direção: Roland Emmerich.
Elenco: John Cusack, Amanda Peet, Danny Glover, Oliver Platt, Thandie Newton.